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PRODUÇÃO E QUALIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR EM DIFERENTES FORMAS DO RELEVO

Autor: Vicente Sanchez Neto

Palavras-chave: geomorfologia, mapeamento detalhado, suscetibilidade magnética

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Resumo

A falta de informações detalhadas sobre os recursos do solo é um dos fatores limitantes para o crescimento de diferentes áreas do conhecimento e de setores produtivos. As formas do relevo, quando caracterizadas corretamente, podem ser indicadores dos processos pedogenéticos que influenciam a variabilidade dos atributos do solo e a resposta das culturas agrícolas. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo identificar áreas com diferentes potenciais produtivos e de qualidade da cana-de-açúcar em diferentes formas do relevo, caracterizadas por assinatura geomorfométrica, suscetibilidade magnética e espessura dos horizontes A+E em Argissolos originados de Arenito com baixo teor de ferro total (<4% Fe2O3). Com base na caracterização de uma área-piloto de 200 ha, sendo 100 ha na forma convexa e 100 ha na forma côncava, foi definida ao seu redor quadrícula de 100.000 ha. Foram escolhidas aleatoriamente nesta quadrícula 15 formas côncavas e 15 convexas, com geologia, solo e geomorfologia similares à área-controle. Foram coletadas 121 amostras, na profundidade de 0,0-0,2 m nas formas côncava e convexa da área-piloto e 3 amostras em cada forma, na profundidade de 0,0-0,2 m nas formas da quadrícula. Foram determinadas a suscetibilidade magnética (SM) em baixa frequência e a espessura dos horizontes A+E. Também foi avaliado o histórico de 7 anos (2008 a 2014) da produção de cana-de-açúcar, expresso em toneladas de colmos ha-1 (TCH) e qualidade da matéria-prima, expresso em Pol. Foram calculados médias e desvio-padrão para os atributos do solo e histórico de produtividade e de qualidade da cana-de-açúcar. Foram realizados o Teste de Tukey (5%) e a análise de dispersão, comparando os valores de SM da área-piloto com os valores de SM dos 100.000 hectares. Os resultados mostram que a SM e a assinatura geomorfométrica foram eficazes na identificação de áreas com potencial para o cultivo da cana-de-açúcar e podem auxiliar no gerenciamento da cultura, visando à obtenção de áreas mais homogêneas para uma padronização da qualidade da matéria-prima. Mesmo com interferência de outras fontes de variação, como ataques de pragas e de plantas daninhas, por exemplo, o modelo de resposta da cana-de-açúcar em função das formas do relevo apresentou, em média, exatidão de 55% para produtividade (TCH) e 64% para Pol em relação ao controle da área- -piloto em Argissolo do Planalto Ocidental Paulista.