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Emissão de dióxido de carbono no solo associada à porosidade do solo após reforma do campo de cana-de-açúcar

Autor: Luma Castro de Souza, Carolina Fernandes, Mara Regina Moitinho, Elton da Silva Bicalho, Newton La Scala Jr

Palavras-chave: Distribuição do poro do carbono Cinzelando a temperatura do solo, Umidade do solo

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Resumo

Este trabalho objetivou caracterizar as emissões de dióxido de carbono (CO2) no solo associado à distribuição de poros do solo em um Latossolo e Argissolo sob escarificação na linha de plantio e em área total para cultivo de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum). O projeto experimental foi um grande projeto de plotagem emparelhada. Os tratamentos consistiram de escarificação na linha de plantio (RCP) e cinzelamento em área total (CTA) em Latossolo e Argissolo. A emissão de CO2 do solo, a temperatura do solo e a umidade do solo foram avaliadas durante 12 dias no Latossolo Vermelho e 11 dias no Argissolo Vermelho-Amarelo, a uma profundidade de 0-0,10 m. Carbono orgânico associado com minerais (OCAM) e carbono orgânico particulado (POC) também foram avaliados. OCAM, classe de poro C2 (0,05 ≤ <0,1 mm), umidade do solo e temperatura do solo explicaram 72 e 53% da variabilidade da emissão de CO2 do solo em RCP e ATC, respectivamente. No Ultisol, a classe de poros C1 (ɸ ≥ 0,1 mm) e o OCAM explicaram 82% da variabilidade da emissão de CO2 do solo em RCP. No CTA, umidade do solo, OCAM e POC explicaram 67% da variabilidade da emissão de CO2 do solo. No Latossolo Vermelho, CPR e CTA afetaram a estrutura do solo, causando mudanças tanto na porosidade do solo quanto na emissão de CO2 do solo. No Latossolo, o menor valor médio de emissão de CO2 do solo (2,8 μmol m − 2 s − 1) foi observado na RCP, enquanto o seu maior valor (3,4 μmol m − 2 s − 1) foi observado no CTA. No Ultisol, o preparo do solo (RCP e CTA) não afetou a emissão de CO2 no solo. Estes resultados indicam que a intensidade do preparo do solo em solos de textura mais argilosa favorece a emissão de CO2 do solo, possivelmente devido à maior disponibilidade de carbono para atividade microbiana quando comparada a solos mais arenosos. Uma lavoura de solo menos intensiva pode ser considerada como uma estratégia eficiente para reduzir a emissão de CO2 do solo e, consequentemente, as perdas de carbono orgânico no solo. Assim, essa estratégia de gestão mostrou-se eficiente em termos de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, reduzindo a contribuição da agricultura para as mudanças climáticas globais.