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Preparo do solo e cobertura vegetal nas emissões de CO2 do solo dos campos de cana-de-açúcar

Autor: Farhate, C. V. V. ; SOUZA, Z. M. ; LA SCALA JÚNIOR, N. ; SOUSA, A. C. M. ; Santos, A. P. G. ; Carvalho, J. L. N.

Palavras-chave: preparo convencional, gases de efeito estufa, preparo mínimo, matéria orgânica do solo, respiração do solo

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Resumo

O preparo do solo é uma prática agrícola que afeta diretamente o ciclo global do carbono. Nosso estudo buscou avaliar as implicações da adoção de culturas de cobertura de cânhamo solar com diferentes práticas de preparo do solo nas emissões de CO2 para dois tipos de solos (solo argiloso e arenoso) cultivados com cana-de-açúcar no Brasil. O delineamento experimental foi em parcelas subdivididas com blocos casualizados, sendo as parcelas principais com cobertura vegetal ou em pousio e as subparcelas sob lavoura convencional ou mínima. Nossos resultados indicam que, durante os primeiros 50 dias após o preparo do solo, a variação nas emissões de CO2 do solo foi estimulada pela lavoura de cobertura e pelo preparo do solo, e depois, dominada pela respiração das raízes das plantas de cana-de-açúcar. Descobrimos também que nos primeiros 97 dias após o plantio direto, o solo argiloso apresentou diferenças entre o cultivo mínimo com cobertura e pousio. Por outro lado, para o solo arenoso nos primeiros 50 dias seguintes, houve diferenças entre os sistemas de cultivo sob cobertura. As emissões das linhas de cana-de-açúcar foram maiores do que as das posições intermediárias. Concluímos que os solos sob diferentes classes texturais apresentaram padrões distintos em termos de emissões de CO2 no solo. A correta quantificação das emissões de CO2 durante o período de renovação da cana-de-açúcar deve priorizar um curto período de avaliação (~ 50 dias após o preparo do solo), bem como incluir medidas nas posições de linha e entrelinhas.